"Foi a partir desta constatação que eu resolvi criar um Jiu-Jitsu brasileiro, dando ênfase à parte técnica, com golpes alavancados, como a chave-de-braço, onde a força é o que menos conta", afirma Gracie, que hoje vive mais nos Estados Unidos, do que no Brasil. Ciente da superioridade do Jiu-Jitsu sobre outras lutas, Gracie criou torneios de desafios, chamados de Vale-Tudo, dos quais participavam judocas, capoeiristas e boxeadores, cada um procurando impor a sua modalidade.
Depois de um período de obscuridade, o Vale-Tudo voltou a popularizar-se quando o filho de Hélio Gracie, Rorion, que vive em Los Angeles, assim como seus irmãos Relson, Rickson e Royce, todos campeões de Jiu-Jitsu, criaram o Ultimate Fighting um dos principais torneios de Vale-Tudo nos Estados Unidos. Nele, o Jiu-Jitsu brasileiro dos Gracies tornou-se uma luta quase invencível. Os vídeos dos torneios norte-americanos foram vendidos em todo o mundo, inclusive no Brasil, motivando o aparecimento de milhares de academias da modalidade e renovando a popularidade do Vale-Tudo. Dos 4 primeiros UFC's em forma de torneio o representante do Gracie Jiu-Jitsu; Royce Gracie, venceu 3. Os lutadores que não tinham nenhuma noção de luta no chão foram se aperfeiçoando, dificultando o reinado absoluto de Royce. O primeiro lutador que teve a percepção de que não bastava apenas Ter uma especialidade no vale-tudo foi o brasileiro Marco Ruas. Com a filosofia do "Se você agarra eu soco e chuto. Se você soca e chuta eu agarro" Ruas foi campeão da sétima edição do UFC.
Muitos lutadores brasileiros passaram pelo UFC, alguns obtendo sucesso e outros não. E nesse meio tempo foram criados vários eventos de Vale-Tudo com menor expressão no mundo inteiro.
O Reinado do Ultimate Fighting Champioship como melhor e maior evento de Vale-Tudo no mundo terminou no dia 11 de outubro de 1997, com a criação do PRIDE Fighting Champioship. Com bastante dinheiro para contratar os melhores lutadores do mundo , o PRIDE que é realizado em ringues no Japão, é até hoje o principal evento de Vale Tudo do mundo, deixando o UFC apenas um pouquinho para atrás.
Antigamente no vale-tudo literalmente valia tudo mesmo, era sem regras, justamente para não inibir o praticante de determinada arte marcial de mostrar suas habilidades. O que o tornava muito violento e sangrento, muitas vezes até pondo em risco a integridade física do atleta.
Mas felizmente os organizadores com o tempo foram incluindo novas regras que protegem o atleta e o espetáculo. Chamando assim mais a atenção do público.
O Vale Tudo ainda é visto com maus olhos pela sociedade justamente pela falta de informação. Muitos leigos ainda acham que no Vale Tudo literalmente vale tudo, o que não é verdade. Tanto é que, no Japão, os campeões do PRIDE Rodrigo Minotauro e Wanderlei Silva não podem sair na rua por causa do assédio dos fãs, já no Brasil eles não passam de ilustres desconhecidos.

Fonte: http://stevecarvalho.no.sapo.pt/historiadovt.html